
A queda do dólar ocorre em meio a um alívio generalizado nos mercados financeiros após o governo dos Estados Unidos suspender temporariamente algumas tarifas sobre eletrônicos de alta tecnologia. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
O dólar abriu a semana em queda, acompanhando o movimento de baixa da moeda norte-americana no cenário internacional. Às 10h45 desta segunda-feira (14), o dólar à vista recuava 0,52%, cotado a R$ 5,8344. No mercado futuro, o contrato com vencimento mais próximo registrava queda de 0,28%, a R$ 5,866. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, subia 1,17%, aos 129.179,50 pontos.
A queda do dólar ocorre em meio a um alívio generalizado nos mercados financeiros após o governo dos Estados Unidos suspender temporariamente algumas tarifas sobre eletrônicos de alta tecnologia, muitos deles vindos da China. A decisão reduziu a tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo e amenizou o receio de uma guerra tarifária global.
O movimento positivo não ficou restrito ao Brasil. Bolsas da Ásia e Europa também operaram em alta. O índice Hang Seng, de Hong Kong, avançou 2,4%, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 1%. Na China continental, o índice de Xangai teve alta de 0,8%. Já na Europa, o Stoxx 600 registrava ganho de 2,48%, e os principais índices de Alemanha (DAX), França (CAC) e Reino Unido (FTSE 100) também operavam em terreno positivo.
Nos Estados Unidos, os índices futuros apontavam para um dia de valorização: Dow Jones em alta de 0,9%, S&P 500 com avanço de 1,26% e Nasdaq subindo 1,42%.
Investidores atentos ao vai-e-vem tarifário dos EUA
Apesar do alívio momentâneo, o mercado segue cauteloso com os rumos da política comercial norte-americana. No domingo (13), o presidente Donald Trump sinalizou a intenção de impor novas tarifas, desta vez sobre chips semicondutores, o que pode reduzir os efeitos positivos das isenções anunciadas anteriormente.
“Esse tipo de instabilidade nas decisões comerciais dos EUA tem gerado grande volatilidade nos mercados e afetado diretamente a confiança na moeda norte-americana”, observam analistas do Goldman Sachs.
O dólar recuava frente a diversas moedas emergentes, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno. O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de seis divisas — registrava queda de 0,30%, a 99,615.
Commodities e China impulsionam emergentes
A trégua tarifária também impulsionou os preços de commodities como petróleo e minério de ferro, o que beneficiou moedas de países emergentes dependentes da demanda chinesa. Dados positivos da economia da China ajudaram a reforçar esse movimento.
“O impacto direto das tarifas sobre países sul-americanos é limitado, já que as exportações para os EUA são pequenas. Mas a exposição à China e às commodities torna essas economias mais vulneráveis às oscilações globais”, pontua o Goldman Sachs.
Semana terá agenda cheia de indicadores globais
Além do ambiente externo, os mercados também estarão atentos a uma série de divulgações econômicas ao longo da semana. Entre os destaques, estão os dados de inflação da zona do euro e do Japão, o PIB da China e a decisão de política monetária do Banco Central Europeu, prevista para quinta-feira (17).
Enquanto isso, investidores aguardam o desenrolar das negociações bilaterais entre EUA e Japão, marcadas para a mesma data, que devem indicar os próximos passos da política comercial norte-americana.
Deixe um comentário