
Morte de Melina Seixas provocou protestos de colegas de profissão, entre os quais ela tinha muitos amigos. Foto: arquivo Portal Marcos Santos
A 1ª Vara do Tribunal do Júri começa, nesta quarta (13/02), às 10h, a instrução do processo que decidirá se o médico Edson Ritta Honorato sentará ou não no banco dos réus. Ele é acusado pela morte da jornalista Melina de Nazaré Marques Seixas Taveira, em procedimento de implantação de balão intragástrico. O Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam), após longo processo, decidiu que houve imprudência, imperícia e negligência do médico, que concorreram diretamente para o óbito.
A denúncia é datada do dia 7 de julho de 2023. Foi apresentada pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM), representado pelo promotor Rômulo de Souza Barbosa, com aditamento da promotora Lilian Nara Pinheiro de Almeida. O MPAM pede a condenação de Edson Ritta, com indenização para a vítima, através de seus herdeiros.
Processo ético-profissional

O médico Edson Ritta (centro) foi acusado de negligência durante o procedimento dos pacientes Melina Seixas e Alan Braga (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)
No processo ético-profissional, o Cremam apurou uma série de irregularidades que provocaram a morte de Melina Seixas. Não havia estrutura no consultório, para o caso de paradas cardiorrespiratórias. A aplicação de anestesia mais forte foi feita sem apoio de anestesista, um dos motivos da depressão cardiorrespiratória, que causou a parada cardíaca, ainda no consultório. A ausência do devido suporte de reanimação, que só foi prestado após a chegada do Samu, entre outros.
Foi instaurado, paralelamente, Inquérito Policial. Edson Ritta foi indiciado pela prática do crime de homicídio, por dolo eventual. O inquérito foi encaminhado ao TJAM, onde o médico foi denunciado pelo MPAM. Nesta quinta (13/02), às 10h, será realizada a audiência de instrução para oitava de testemunhas. Depois disso, o juiz do feito, Fábio Lopes Alfaia, decidirá se o denunciado irá a júri popular.
Melina era irmã de Glenio Seixas e filha de Gilvan Seixas, ex-prefeitos de Barreirinha, além de esposa do atual prefeito, Darlan Taveira, uma das testemunhas arroladas na instrução.
O advogado da família, Raul Góes, disse que, tanto o processo no Cremam, quanto o inquérito policial mostram a imprudência do médico. Edson Ritta foi acusado, semanas depois da morte de Melina, por outro óbito, desta vez do paciente Alan Braga.
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