
Traficantes ligados a facção, homicidas perigosos e cruéis e executores de massacre voltaram para Manaus. Foto: Divulgação
Traficantes com longa ficha, homicidas, líderes e executores do massacre do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), além de xerifes ligados à facções criminosas estão entre os detentos transferidos de presídios federais de volta para o Amazonas.
A Polícia Federal transferiu, na manhã desta quarta-feira (15), 20 detentos que estavam custodiados na Penitenciária Federal de Mossoró. A aeronave da PF pousou no aeroporto Dix-Sept Rosado. A maioria dos detentos é natural das cidades de Manaus e do Rio de Janeiro.
Traficantes
Na quinta-feira (16), a aeronave da PF fez pouso na capital amazonense, trazendo os réus do presídio federal, devolvidos ao Estado de origem. O grupo deu entrada no Centro de Triagem e Recebimento (CRT) do sistema prisional.
Alguns deles haviam sido enviados para fora do Estado no dia 30 de maio de 2019, após as mortes de 55 internos de quatro cadeias do sistema prisional amazonense. Naquela época, 26 criminosas deixaram a cidade. Desde quinta-feira, 28 presos de alta periculosidade estão de volta a Manaus.
Entre eles, um dos mais perigosos é Zaqueu da Mota Aragão, vulgo “Montanha”, que já foi braço direito do narcotraficante João Pinto Carioca, o “João Branco”. Ele foi um dos presos na Operação La Muralla, deflagrada pela Polícia Federal por tráfico e associação criminosa.
“Montanha”
Conhecido por matar desafetos a mando de João Branco e pelos requintes de crueldade, “Montanha” teve forte envolvimento com a Família do Norte (FDN), também estando associado a roubos e sequestros a mando do chefe. Sua fama era de ser homicida cruel e muito violento.
Pistoleiro autuado por tráfico, homicídio, tortura, lavagem de dinheiro, organização criminosa e sequestro, Zaqueu está de volta ao Estado.
Outro nome da lista dos 28 é Antonio Marcos Pereira Capucho, o “Marquinhso Capucho”, acusado de vários homicídios e preso em diversas ocasiões, ora com drogas ora com arsenal – 11 armas, incluindo espingardas, revólveres, pistolas e munições.
Ele responde a sete processos no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e chegou a ganhar o direito de prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, por 90 dias para fins de tratamento de saúde. Capucho responde a processos por homicídio (3), porte ilegal de arma de fogo e tem uma execução de pena.
FDN
Traficante conhecido por dominar a área do Tancredo Neves e Mutirão, é investigado por uma série de mortes ocorridas nos bairros em fevereiro de 2018. Ele tinha ligação com a FDN. Em 23 de fevereiro de 2018, um grupo de 20 pessoas, fortemente armadas, sob o comando da FDN 2, ligada ao narcotraficante João Branco, foi detido. Eles atacariam uma área comandada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) no Nossa Senhora de Fátima.
Envolvido nas mortes do Compaj do maior massacre da unidade prisional, está de volta Adailton Farias da Silva, que teve participação ativa na chacina, quando as portas se abriram. Ele estava armado com pistola.
Entre os transferidos, há um peruano, Wilder Chuquizuta Velayarse, “Tronquito”. Ele foi extraditado da Colômbia para o Amazonas para responder pelos crimes de narcotráfico, tráfico de armas, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Peruano
Em “salves” da FDN e mensagens interceptadas de José Roberto Fernandes Barbosa, o Zé Roberto da Compensa, Velayarse é citado como sendo um contato direto do cartel de Cali para abastecer a facção, via Tabatinga. Foi condenado pela Justiça Federal a 24 anos de prisão.
Na lista consta também João Fredy Polanya Barroz, o “Veneza”, que responde por tráfico, sendo condenado a 7 anos de prisão pela Justiça Federal; também consta Alex Sandro de Araújo Ventura, o “Alex Tatuador”, que tem processos por roubo e homicídio. Ele participou de uma fuga coletiva do Compaj, em 2012.
Massacre
“Parazinho”, Bruno de Henrique Assis Bezera, foi transferido para um presídio federal em 2016, e tem ligações diretas no massacre no Compaj. Ele está na lista.
Em 2015, Bruno foi preso com um grupo com R$ 150 mil em espécie, drogas e uma submetralhadora. Não diferente de outros de alta periculosidade, tinha ligações com o chefe da FDN, João Branco. Cumpre pena por tráfico e tem processos ainda por homicídio e desacato.
Testes
Cerca de 25 policiais penais federais participaram da operação de transferência. Todos os presos foram submetidos ao teste da Covid-19 antes do embarque.
De acordo com a Polícia Federal, a operação se trata de uma transferência de exclusão. Isto quer dizer que o avião da PF não trouxe outros detentos para Mossoró, apenas levou os apenados.
Seap
Em nota, a Seap informou que os presos já deram entrada na Central de Recebimento e Triagem (CRT), onde passaram por procedimentos de cadastro e triagem. Todos ficarão em quarentena por 15 dias no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), localizado no KM 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista).
Veja a lista abaixo:
CLOVES FERNANDES BARBOSA
ANTONIO MARCOS PEREIRA CAPUCHO
THIAGO OLIVEIRA SERRAO
JOAO FREDY POLANIA BARROS
WILDER CHUQUIZUTA VELAYARSE
GEOMISON DE LIRA ARANTE
XAVIER DA SILVA PINTO
LUCIRLE SILVA DA CONCEICAO
ZAQUEU DA MOTA ARAGAO
ALEX SANDRO DE ARAUJO VENTURA
ADEILTON GONÇALVES DA SILVA
JULIO CESAR RAMOS
BRUNO HENRIQUE ASSIS BEZERRA
JORLEADES CELESTINO LOPES
CLEDSON MARLON GUIMARAÊS DE AQUINO
ADAILTON FARIAS DA SILVA
THIAGO CUNHA NASCIMENTO
RAFAEL BATALHA ARAGAO
ITAMAR JOSE DO NASCIMENTO ALVES JUNIOR
PAULO SCANTELBURY DA SILVA
ANTONIO LUCAS RODRIGUES PEREIRA
PEDRO HENRIQUE GUEDES ARAUJO
ANDREY GOMES CARVALHO
MARCOS LIMA AGUIAR
WALLACY SENA DA SILVA
REGILSON DE SOUZA DANTAS
DIONE PEREIRA DA SILVA
MAYK DE SOUZA RIBEIRO
ANDERSON DE SOUZA DANTAS
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