
EXCLUSIVO ZFM barra 108 indústrias, entre as quais a resultante da fusão Essilor-Luxottica, que tem receita anual conjunta de 15 bilhões de euros. Os óculos Ray-Ban e a Rommanel estão entre as impedidas
A Zona Franca de Manaus (ZFM) tem 108 indústrias impedidas de fazer novos investimentos ou se implantar no modelo. “Temos 108 PPBs (Processos Produtivos Básicos) parados, dependendo de aprovação”, revelou o superintendente da Suframa, Alfredo Menezes.
O superintendente constatou a paralisação dos PPBs em Brasília, onde passou toda esta semana. “Essa questão se tornou prioritária para nós”, afirma.
Menezes defende que PPBs de indústrias com matéria-prima regional deixem de existir. Quer também que a análise se dê dentro do prazo legal, que é de 120 dias. Discutiu a questão com técnicos da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), à qual a Suframa está subordinada. E também com o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, com quem se reuniu esta quinta (21/03).
“As conversas estão adiantadas e esperamos ter novidades nas próximas semanas”, revelou.
Essilor-Ray-Ban
O descaso com os PPBs tem vários ângulos escandalosos.
Entre as indústrias com tudo pronto para produzir em Manaus está a multinacional Luxóttica. Ela é dona das marcas Ray-Ban, Oakley e Person. Líder do mercado de armações e lentes para óculos de sol, a empresa se associou mundialmente à Essilor. A multinacional francesa, por outro lado, é líder do mercado de lentes oftálmicas. Tem as patentes da Varilux®, a marca de lente multifocal nº1 no mundo. E Crizal®, a marca de lente antirreflexo também nº1.
A fábrica da Essilor na ZFM, estabelecida há 30 anos no Distrito Industrial, decidiu produzir lentes e armações Ray-Ban. “O PPB para essa produção está parado há dois anos “, revela fonte do Portal do Marcos Santos.
Rommanel
A Rommanel, que tem 170 lojas em todo o Brasil, quer produzir semi joias com ouro da Amazônia. Desde o meio do ano passado, mais de nove meses atrás, espera a aprovação do PPB para começar.
A burocracia de Brasília emperra e vários Estados do Nordeste estão oferecendo descontos do ICMS para tentar atraí-la.
O presidente da empresa, Antonio Machon, vem a Manaus para encontrar superintendente da Suframa, Alfredo Menezes. Ele vai também ao governador Wilson Lima e ao secretário estadual de Planejamento, Jório Albuquerque. Tudo para pedir ajuda e gerar empregos que fazem muita falta ao Amazonas.
O Amazonas precisa urgentemente dessas empresas em funcionamento para geração de empregos e renda para os amazonenses. Ai tudo vai melhorar, porque tendo emprego vai ter dinheiro para circular em todas as esferas da economia.