
Dia Mundial da Luta contra a Malária tem ação educativa da Semsa
Em comemoração ao Dia Mundial da Luta contra a Malária, celebrado nesta sexta-feira, 25/4, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), promoveu ações educativas descentralizadas em todos os Distritos de Saúde (Disas) da Secretaria.
A programação contou com ações nas unidades de saúde, em escolas, comunidades e em feiras livres, com repasse de informações para a população sobre a doença.
Na zona Norte da capital, a Unidade de Saúde da Família (USF) Sálvio Belota, no bairro Santa Etelvina, zona Norte, foi um dos pontos onde as equipes de saúde desenvolveram ações de orientação para informar e orientar os usuários sobre o impacto da malária. A ação incluiu palestra em Sala de Espera, distribuição de folders informativos e a oferta de exame da gota espessa, que é o exame padrão ouro para o diagnóstico da malária.
Vigilância em Saúde
O técnico de Vigilância em Saúde, Elias Leal da Silva, que coordenou a programação, informou que a atividade educativa, organizada na programação da Semana de Prevenção à Malária, promovida pelo Disa Norte, focou nos cuidados preventivos.
“As pessoas que frequentam ou residem em locais favoráveis à proliferação do mosquito transmissor da doença precisam adotar alguns cuidados para a prevenção, como usar repelente, colocar telas nas janelas e evitar exposição no horário de maior circulação do mosquito, ou seja, ao anoitecer e ao amanhecer. E quem apresenta sintomas como febre, dor no corpo e calafrios, deve procurar uma unidade de saúde para realizar os exames”, orientou Leal.
Malária
Em Manaus, a malária é uma doença considerada endêmica. As condições climáticas e ambientais existentes favorecem a proliferação do vetor de transmissão da doença, que é o mosquito do gênero Anopheles. O cenário impacta diretamente a zona rural, mas também a zona urbana da cidade, em especial as áreas da periferia.
A Semsa ampliou a rede de diagnóstico da malária, e atualmente, a rede municipal conta com 64 unidades de saúde com a oferta do serviço. A zona urbana, que oferecia o diagnóstico em 10 pontos de atendimento, passou a contar com 37 pontos de atendimento, incluindo unidades de saúde e Bases de Controle de Endemias. Na zona rural, o serviço de diagnóstico continua a ser ofertado em 100% das unidades de saúde, em um total de 27 pontos de atendimento, também envolvendo Unidades Fluviais e Bases de Endemias.
Horário ampliado
A diretora da USF Sálvio Belota, Lígia Zau, destacou que a unidade de saúde funciona em horário ampliado, de segunda a sexta-feira, das 7h às 21h, e aos sábados, das 7h às 12h, e que disponibiliza o exame de gota espessa e o teste rápido para a malária.
“Antes da ampliação da oferta do serviço, a USF Sálvio Belota disponibilizava o exame de gota espessa, mas apenas de segunda a sexta-feira, pela manhã e tarde. Com a ampliação, a partir do treinamento da equipe, foi possível expandir para o horário da noite e também aos sábados, já com a oferta do teste rápido”, informou a diretora.
De acordo com Lígia Zau, a ampliação atende a demanda para a realização dos exames, já que a USF está localizada próxima ao acesso às comunidades rurais localizadas ao longo das rodovias BR-174 (Manaus-Boa Vista) e AM – 010 (Manaus-Itacoatiara).
Estrada e ramais
“Muitas pessoas que moram na estrada ou nos ramais procuram a unidade para realizar os exames por causa da localização mais próxima. Com o resultado positivo para a doença, o paciente já recebe os remédios e inicia o tratamento. E essa ampliação da oferta do exame também é importante para o acompanhamento das gestantes no pré-natal, considerando que a malária na gestação pode apresentar maior gravidade”, reforçou Lígia Zau.
A auxiliar de cozinha Valcileide de Castro, moradora do bairro Santa Etelvina, acompanhou a ação educativa na USF Sálvio Belota, enquanto aguardava consulta médica. Ele contraiu malária uma vez, há 27 anos, quando morava em uma comunidade no município de Tefé, e alertou sobre a gravidade da doença.
Comunidade
“Morava em uma comunidade de Tefé e fui para a cidade fazer o tratamento. Tive muita febre e foi muito difícil, porque isso aconteceu quatro meses depois do nascimento do meu filho. Mas fiz o tratamento e fiquei de repouso. Hoje, não conheço casos da doença perto de casa ou com vizinhos. Mas acho importante a realização dessas ações educativas para as pessoas ficarem em alerta e prevenir a doença”, disse Valcileide.
Diagnóstico
A gerente de Vigilância à Saúde do Disa Norte, Francinara Lima, destacou que a rede de diagnóstico da zona Norte, depois da ampliação, passou de cinco para 10 USFs com oferta do exame, com reforço no processo de investigação dos casos confirmados de malária.
Segundo Francinara, no momento, os casos de malária diagnosticados na zona Norte de Manaus são importados, ou seja, não há transmissão local da doença no território do Disa Norte.
“Os pacientes são pessoas que foram para um lugar com transmissão local da malária e depois procuraram o diagnóstico nos estabelecimentos de saúde da zona Norte. Além do diagnóstico e o tratamento, fazemos investigação de todos os casos positivos, o que envolve identificar os sintomas, investigar o local em que realmente houve a transmissão da malária para que seja possível iniciar as atividades de controle do mosquito transmissor, acompanhar o paciente para confirmar se tomou a medicação e realizar a lâmina de verificação de cura”, esclareceu Francinara.
Infecção
Doença infecciosa febril aguda, a malária é transmitida por meio da picada de fêmea do mosquito Anopheles infectadas por protozoários do gênero Plasmodium, que é o causador da doença. Os sintomas mais comuns da malária são: febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça. A doença tem cura e o tratamento é gratuito, mas, se não for diagnosticada e tratada de forma precoce e adequada, pode evoluir para formas graves.
Em 2024, segundo o Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica (Siveo), foram registrados 5.967 casos da doença. Até o dia 5 de abril deste ano, o total de casos ficou em 1.540.
Infecção
Em relação às localidades de provável infecção, ou seja, aqueles locais que aparecem com presença significativa de criadouros positivos para o mosquito infectado, os Disas Leste e Rural representam uma concentração de mais de 50% dos casos de malária em Manaus.
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