
A classificação é de 16 anos e a entrada é gratuita (Foto: Octavio Cardoso)
A programação “Escambo Rede Parente” em Manaus encerra neste fim de semana, com duas sessões do espetáculo “Momo – Um ato poético para Testemunhas”, do Grupo Usina, de Belém. O solo autobiográfico de Alberto Silva Neto fica em cartaz sábado e domingo (26 e 27/04), às 20h, na Sala Selma Bustamante, na Escola Superior de Artes e Turismo, localizada na avenida Leonardo Malcher, 1728, Praça 14. A classificação é de 16 anos e a entrada é gratuita.
“Esse trabalho foi criado a partir de cartas trocadas entre o meu pai e o meu avô na década de 1960, por isso ele é um testemunho de vida, onde eu procuro me revelar diante das testemunhas, com um maior ato de sinceridade possível”, afirma o ator e diretor Alberto Silva Neto, que assina a dramaturgia, encenação e atuação.
Em uma encenação despojada de elementos cênicos, durante 75 minutos, o ator conduz as testemunhas nessa confissão íntima, com densidade e leveza, choro e riso, dor e cura, nesse percurso para expandir a própria percepção ao confrontar com sua trajetória pessoal, na perspectiva de ampliar possibilidade de autoconhecimento.
“É um trabalho teatral, uma encenação, mas que se coloca num lugar de fronteira da própria linguagem, no sentido que ele também é um testemunho de vida”, explica o artista.
“Momo – Um ato poético para Testemunhas” traz ao debate o tema dos conflitos geracionais que emergem no contexto de uma ancestralidade masculina. A narrativa parte do contraste entre as naturezas conservadora do avô paterno e transgressora do pai, para alcançar a relação de amor e ódio do artista pela figura paterna, a partir do dilema entre presença e ausência.
Oficina e mesa pública
No sábado, dia 26, das 10h às 13h, tem a oficina “A Carne da Palavra”, no Palácio da Justiça, na avenida Eduardo Ribeiro, 901, no Centro. As inscrições para a atividades estão disponíveis no perfil do projeto no Instagram (@projetoescamboredeparente).
Cada participante vai ser convidado a trazer uma pequena dramaturgia verbal, de até 20 palavras, já memorizada e uma imagem de um corpo humano, em fotografia, pintura ou desenho, que estabeleçam alguma relação. O trabalho consiste em elaborar ações por meio da imagem que vai se sobrepor a palavra.
“Essa oficina é uma tentativa de propor reflexões a respeito das relações entre a palavra pronunciada pelo ator na cena e a relação dela com o seu corpo, com a sua presença e as suas ações físicas”, explica Alberto Silva Neto.
“A ideia é construir uma pequena estrutura de ação sobre qual o ator vai experimentar a palavra como uma espécie de sopro desse corpo. A palavra que vem provocada por uma ação concreta sobre a musculatura. Então, é uma experimentação, um território de pesquisa sobre o ator”, completa o diretor.
No domingo, dia 27, das 10h às 12h, o Palácio da Justiça recebe a mesa pública “Pachiculimba, uma Encenação Contra-Hegemônica”. O debate vem do processo de criação do espetáculo-cerimônia “Pachiculimba”, de 2017, do Grupo Usina, a fim de problematizar e refletir coletivamente sobre os procedimentos e resultados estéticos desta criação cênica como uma experiência de encenação contra-hegemônica.
“Faço isso através de uma sequência de imagens, de momentos dessa encenação feita em meio a natureza, para reflexão sobre perspectivas contra-hegemônicas”, pontua Alberto Silva Neto.
Escambo Rede Parente
Em Manaus, com programação gratuita no mês de abril, o “Escambo Rede Parente” circula por espaços como Parque dos Bilhares, Buia Teatro, Palácio da Justiça, Teatro da Instalação e Sala Selma Bustamante, na Escola Superior de Artes e Turismo da Universidade do Estado do Amazonas (Esat/UEA).
O projeto é composto por quatro coletivos de três regiões brasileiras que se encontram e trocam suas cestas de produtos artísticos e vivenciais. A estreia na capital amazonense destacou o premiado espetáculo “Huma/”, com Francisco Rider, Ly Skant e Koia, coletivo do Amazonas, com apresentações no Parque dos Bilhares. A produção executiva local do projeto conta com Kelly Vanessa e traz Anderson Mendes nas imagens, Karla Mendes e Manuella Barros na assessoria de imprensa.
Neste mês, o público amazonense também lotou o Buia Teatro para duas sessões de “A Fabulosa História do Guri-Árvore”, da companhia Fulano Di Tal, do Mato Grosso do Sul. A peça “Com os Bolsos Cheios de Pão”, da Cia Cisco, de São Paulo, foi apresentada no Teatro da Instalação.
A iniciativa da Cia Cisco, de São Paulo, liderada por Edgar Castro e Donizeti Mazonas, foi contemplada pela Bolsa Funarte de Teatro Myriam Muniz e tem apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e da Universidade do Estado do Amazonas, Conselho Municipal de Cultura (Concultura), Prefeitura de Manaus, Federação de Teatro do Amazonas (Fetam), Rede das Artes Programa de Difusão Nacional e Ministério da Cultura – Governo Federal Brasil União e Reconstrução.
Deixe um comentário