Trump isenta eletrônicos de tarifas e tenta conter impacto econômico de medidas contra a China

Brasil enfrenta ações de Trump e deve buscar novas parcerias

A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo segue intensa. (Foto: Instagram/@realdonaldtrump)

A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos anunciou, na noite desta sexta-feira (11), a isenção de tarifas para uma série de produtos eletrônicos importados. A medida, que entra em vigor retroativamente a partir de 5 de abril, exclui itens como smartphones, monitores de computador e diversos componentes eletrônicos das pesadas tarifas impostas recentemente pelo governo do presidente Donald Trump.

A decisão ocorre em meio à escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Na última rodada de sanções, Washington impôs tarifas mínimas de 145% sobre produtos chineses, em uma tentativa de pressionar Pequim e fortalecer a indústria doméstica. No entanto, a isenção para os eletrônicos indica uma tentativa da Casa Branca de mitigar o impacto direto sobre empresas americanas, como a Apple, que depende fortemente da produção chinesa.

Segundo a consultoria Wedbush Securities, cerca de 90% da fabricação e montagem do iPhone acontece na China. Já a Counterpoint Research estima que a Apple mantém até seis semanas de estoque no território norte-americano. Após esse período, os preços dos dispositivos devem subir, pressionando consumidores e afetando o mercado de tecnologia.

Em declaração a jornalistas, o presidente Trump admitiu que “algumas exceções” às tarifas estavam em avaliação, por “razões óbvias”. Ele também reforçou que o piso das taxas seria de 10%. A Casa Branca, no entanto, não comentou oficialmente as isenções até o momento.

A lista de produtos isentos inclui também semicondutores e microchips – componentes essenciais amplamente terceirizados para fábricas na Ásia. A decisão beneficia diretamente gigantes asiáticas como a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), a sul-coreana Samsung e a SK Hynix. Embora a TSMC esteja construindo fábricas nos EUA, Trump já acusou Taiwan de “roubar” a indústria de chips americana.

Especialistas alertam que, mesmo com isenções pontuais, os efeitos das tarifas devem ser sentidos pelos consumidores. O receio de aumento de preços levou muitos americanos a anteciparem compras de bens duráveis, como automóveis e eletrônicos. O sentimento do consumidor também sofreu queda, refletindo a apreensão com a política comercial agressiva do governo.

Enquanto isso, outros países acompanham com atenção a movimentação dos Estados Unidos. No Brasil, o governo teme uma possível inundação de produtos importados após o tarifaço de Trump e, em resposta, o presidente Lula sancionou recentemente a Lei da Reciprocidade.

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