
Presidente do TJAM acompanha provas discursivas do concurso para juiz do Estado, realizadas na capital
O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) deu início nesta terça-feira (8/4) à aplicação das provas do concurso público para juiz substituto, com a realização da prova discursiva pela manhã em quatro faculdades da capital amazonense.
O presidente da Corte, desembargador Jomar Fernandes, acompanhou pessoalmente a abertura dos lacres dos malotes com as provas, na Faculdade Martha Falcão, em Adrianópolis, zona Centro-Sul de Manaus, junto com integrantes da comissão do concurso do TJAM.
Candidatos
No total, 2.500 candidatos tiveram as inscrições confirmadas neste concurso. As provas estão sendo aplicadas em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pela realização do certame. A primeira etapa, ocorrida na manhã desta terça-feira, foi realizada de forma tranquila nos quatro locais de prova: Faculdade Estácio, Faculdade Martha Falcão/Wyden, Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e Universidade Paulista (Unip), na capital, conforme a comissão organizadora do TJAM.
Os portões foram abertos às 6h30 e fechados às 7h30, no horário de Manaus. Teve candidato que quase não consegue entrar por chegar às 7h27. As provas foram iniciadas às 8h. Os integrantes da comissão organizadora do TJAM permaneceram nas instituições, acompanhando os trabalhos, enquanto uma outra equipe, coordenada pelo juiz Flávio Henrique Albuquerque, visitou todos os pontos de prova.
Magistratura
“Há dez anos o Amazonas não realizava um concurso para ingresso na magistratura estadual. Ser juiz no nosso estado é um desafio, pelas dimensões territoriais e dificuldades de acesso às comarcas, mas é também uma realização profissional, de servir à Justiça e garantir os direitos do cidadão. Estamos confiantes no sucesso deste concurso, com o apoio da FGV e a dedicação dos candidatos”, destacou o presidente do TJAM, desembargador Jomar Fernandes, na Faculdade Martha Falcão.
O concurso oferece 26 vagas para o cargo de juiz substituto, sendo 14 de ampla concorrência, seis destinadas a pessoas com deficiência, cinco para candidatos negros e uma vaga para indígena. Além disso, haverá formação de cadastro de reserva. O certame continua na parte da tarde, com aplicação da prova prática de Sentença Cível, das 16h às 20h, com abertura dos portões às 14h30 e fechamento às 15h30.
A seleção segue nesta quarta-feira (9/4), com a aplicação da prova prática de Sentença Criminal, no turno da tarde, só que iniciando mais cedo: os portões serão abertos às 11h30 e fechados às 12h30, com início às 13h, sempre no horário de Manaus.
Histórias de superação
Este concurso público para juiz tem várias histórias inspiradoras, como a do servidor público Caelisson Lima, que é deficiente visual e participou da prova com o auxílio de uma profissional da FGV que leu todas as questões, modalidade escolhida no momento da inscrição.
“É algo desafiador, e ao mesmo tempo nos motiva, porque além das especificidades da carreira, tem a possibilidade de contribuir concretamente para o bem-estar do cidadão”, comentou o candidato, que é acreano e vive há 17 anos no Amazonas. Ele nasceu com uma deficiência visual bem severa e aos 10 anos perdeu completamente a visão.
Juliane Melo dos Santos, advogada cearense diagnosticada com autismo após os 30 anos, também fez a prova na manhã desta terça. Participando pela primeira vez de um concurso da magistratura, ela relatou estar ansiosa e emocionada. “Estou descobrindo essa nova perspectiva de acessar direitos como pessoa com deficiência. Poder concorrer na vaga reservada a PcD é algo significativo para mim”, afirmou.
Regiões
Outros candidatos vieram de diferentes regiões do país para participar do certame. A baiana Maria Eduarda Santana está visitando o Amazonas pela primeira vez para tentar realizar o sonho de ser juíza. “Adquiri os três anos de prática jurídica e desde o ano passado venho me preparando para este concurso. Pretendo criar laços com o Amazonas”, disse.
O brasiliense Alisson Oliveira também veio em busca de um sonho. “Sempre tive o sonho de ser magistrado. Desde que comecei a Faculdade de Direito e passei três anos de prática jurídica para a iniciar a empreitada de me tornar juiz. E surgiu a oportunidade no Amazonas”, comentou.
O carioca Ângelo Nunes da Silva, servidor público, chegou antes das 6h30 na Faculdade Martha Falcão, para fazer a prova discursiva. “Hoje estou uma ‘mistura de emoções’”, comentou. “Passar num concurso como esse representaria uma nova fase de vida, para mim e minha família. Então, vamos tentar”, completou.
Recurso
Conforme o Edital do certame, nos dois dias seguintes à publicação do resultado preliminar das Provas Escritas, da 0 hora do primeiro dia às 23h59 do segundo dia, o candidato poderá requerer vista da prova através do sítio eletrônico https://conhecimento.fgv.br/concursos/tjam24. Após o término da vista, o candidato poderá interpor recurso no prazo de dois dias. O recurso deverá ser dirigido ao presidente da Comissão de Concurso, de acordo com o edital.
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