
A Operação Xapiri é resultado de reuniões estratégicas entre a FUNAI e o Ibama desde dezembro de 2024
Desde o dia 11 de março, a Operação Xapiri tem reforçado ações contra o garimpo ilegal na região do Rio Madeira. Coordenada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com apoio da Polícia Militar Ambiental, a iniciativa busca coibir a mineração clandestina, que ameaça terras indígenas e compromete o meio ambiente.
O nome da operação faz referência aos “Xapiri”, espíritos protetores da floresta na cultura indígena, simbolizando a luta pela preservação ambiental e pelos direitos dos povos originários.
Destruição de balsas ilegais
Nos primeiros cinco dias de ação, os fiscais do Ibama apreenderam e destruíram diversas balsas utilizadas na extração ilegal de ouro:
- 11/03 – 04 balsas destruídas
- 12/03 – 08 balsas destruídas
- 13/03 – 02 balsas destruídas
- 14/03 – 05 balsas destruídas
- 15/03 – 12 balsas destruídas
Grande parte das embarcações foi encontrada nas terras indígenas Setemã e Arary, áreas tradicionalmente ocupadas por povos indígenas que vêm enfrentando os impactos da atividade garimpeira predatória.
Impactos ambientais e sociais
A exploração ilegal de ouro na região tem causado sérios danos socioambientais. O despejo de mercúrio nos rios contamina a água, colocando em risco a saúde das comunidades ribeirinhas e indígenas, além de afetar a fauna e a flora locais. Entre os principais impactos estão:
- Poluição dos rios: O mercúrio utilizado na extração do ouro envenena peixes e outros organismos aquáticos, prejudicando a alimentação das comunidades locais.
- Destruição de habitats: O desmatamento e a movimentação de sedimentos alteram o curso dos rios, comprometendo a biodiversidade da Amazônia.
- Ameaças e violência: A presença de garimpeiros ilegais gera conflitos com os povos indígenas, resultando em intimidação e episódios de violência.
Planejamento e continuidade da operação
A Operação Xapiri é resultado de reuniões estratégicas entre a FUNAI e o Ibama desde dezembro de 2024, com o objetivo de desarticular a mineração ilegal e combater crimes ambientais na região.
De acordo com o superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, as ações têm contribuído para reduzir a poluição do Rio Madeira causada pelo mercúrio, que impacta a alimentação das populações locais. Além disso, a operação busca impedir o avanço do garimpo sobre a terra indígena Koata-Laranjal.
Sem data definida para encerramento, a operação segue em andamento, reforçando o compromisso das instituições envolvidas com a preservação ambiental e a proteção dos povos indígenas.
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