Com subtema ‘Raízes: O Entrelaçar de Gentes e Lutas’, Caprichoso inicia o 57º Festival de Parintins

Com subtema 'Raízes: O Entrelaçar de Gentes e Lutas', Caprichoso inicia o 57º Festival de Parintins

A cunhã-poranga Marciele Munduruku foi um dos destaques do Caprichoso. Foto: Divulgação/Arthur Castro/Secom

Com um espetáculo de muita emoção que encantou a galera, o Boi Caprichoso abriu o 57º Festival Folclórico de Parintins, nesta sexta-feira (28/06), com alegorias surpreendentes para encenar o primeiro ato “Raízes: o entrelaçar de gentes e lutas” do tema “Cultura – O Triunfo do Povo”.

O Touro Negro encantou o público com uma performance aérea, trazendo o apresentador Edmundo Oran, o levantador de toadas Patrick Araújo e o boi içados por um guindaste. Oran, Patrick e o amo do Boi, Prince do Caprichoso, levaram a a galera ao delírio com o toque do tambor da Marujada, ao lado de personagens da cultura, séquito nordestino, o auto do boi, sanfoneiro e bailados tradicionais que encheram a arena de muito colorido.

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Boi Caprichoso em evolução. Foto: Divulgação/Arthur Castro/Secom

A lenda amazônica “Dona da Noite, do artista de Roberto Reis, foi um espetáculo à parte com a grande cobra grande que revelou a cunhã-poranga Marciele Munduruku que se transformou em serpente na arena. Seres gigantes fizeram parte do cenário igualmente fantástico para a evolução da cunhã-poranga.

O ‘Encontro Cerimonial Muatirisawá, o renascer de Abya Ayla’ apresentou a celebração indígena com a participação da líder DJuena e do pajé Erick Beltrão que emergiu do módulo tambor.

As tuxauas do Caprichoso, três mulheres indígenas de várias etnias surgiram na transformação do módulo “Tambor da Terra, para a Dança das Morubixabas”.

A Figura Típica “Mestres e mestras da cultura popular parintinense” expressou os saberes e fazeres regionais, em Parintins, por meio da cultura popular do Boi Caprichoso. A alegoria prestou justo reconhecimento aos Mestres e às Mestras da Cultura Popular local, como Dona Silas Marçal (Siloca), conhecida como a mãe das pastorinhas da Ilha; a costureira Ednelza Cid, da família de Roque Cid, eternizada pela confecção de diversas indumentárias de sinhazinha e povos indígenas em seu ateliê, o tuxaua histórico e pioneiro, Zeca Xibelão, que dá nome ao curral, o poeta Chico da Silva, o fundador e dono da promessa Roque Cid, e o tripa Marquinhos Azevedo.

A alegoria foi feita pela dupla de irmãos do Palmares Preto e Paulo Pimentel. Na alegoria surgiram a Porta Estandarte Marcela Marialva, a sinhazinha Valentina Cid e o Boi Caprichoso.

Dois momentos vibrantes marcaram a execução das toadas Viva a Cultura Popular”, e “Málúu Dúdú”, executadas por Patrick Araújo.

A rainha do Folclore do Caprichoso, Cleise Simas. Foto: Peta Cid

O momento coreográfico que destacou o Bicho Folhadal, o espírito da luta dos povos da floresta, trouxe a Rainha do Folclore, Cleise Simas. Também nesse momento foi marcante a participação de Ângela Mendes, filha de Chico Mendes.

O ‘Rito de Transcendência Yanomami Mothokari, a fúria do Sol’ foi o ápice da apresentação que narrou as visões de Davi Kopenawa, que tem esse nome em referência à bravura do espírito da “vespa” que o acompanha em suas viagens ritualísticas. O pajé Erick Beltrão evoluiu com a fantasia que se transformou em vespa.

A apoteose do Caprichoso encerrou a apresentação com a alegria do povo que triunfa pela arte e cultura.

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Edmundo Oran com Davi Kopenawa. Foto: Divulgação/Arthur Castro/Secom

Otimismo

O presidente do bumbá, Rossy Amoedo, expressou otimismo e destacou o trabalho árduo realizado nos últimos meses, esperando surpreender o público nas três noites do festival.

“É um dia muito especial. Nos preparamos, incansavelmente, durante meses. E é hora de imprimir esse sentimento e tudo aquilo que nós pensamos ao longo desses meses nesse programa de planejamento”, disse Rossy.

As belas e gigantescas alegorias do Caprichoso. Foto: Peta Cid

O presidente do Conselho de Arte, Ericky Nakanome, destacou a organização e o planejamento que garantiram uma apresentação segura e impactante, com cinco módulos alegóricos e cores vibrantes.

“O que nos conforta é termos um boi extremamente planejado, organizado, pensado. Então, isso nos dá segurança para superar todas as questões técnicas e tradicionais do Festival de Parintins”, disse Ericky.

Assistindo no meio da galera, como item 19, a professora Thayna Liartes acredita que o Caprichoso tem grande chance de alcançar o título de tricampeão.

“É a primeira vez que eu venho ao festival. E eu tenho certeza que o tri vem. Minha expectativa está lá em cima, já estou preparada. Sou um item. E do meu boi eu vim triunfar”, declarou a jovem.

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Itens individuais do Caprichoso. Foto: Divulgação

 

Texto: Peta Cid com informações da Secom

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