“Tio Patinhas”, o segundo depois de Mano G, agora do Comando Vermelho, é dono da metralhadora capaz de derrubar avião

"Tio Patinhas está foragido da Justiça e hoje é considerado o homem braço forte de Mano G

Arma de guerra, cujo alvo vão desde destruir veículos, muros e até abater aviões, é do narcotraficante “Tio Patinha”, que até fez foto com a metralhadora. Ele está foragido e hoje integra o Comando Vermelho, sendo o braço armado de Mano G. Foto: Divulgação

Perigoso e sempre preso com armamento de grosso calibre, o segundo narcotraficante abaixo de Gelson Carnaúba, o Mano G, o conhecido “Tio Patinhas”, Clemilson dos Santos Farias, 38, é o dono da metralhadora .30 de uso exclusivo das Forças Armadas apreendida durante a Operação Banzeiro.

Anti-matéria

Avaliada em torno de R$ 50 ou até R$ 100 mil, a arma de guerra é conhecida pelo seu poder de anti-matéria, o que significa que não tem como alvo pessoas, mas sim objetos, desde veículos até promover destruição atrás de muros e contenções leves, além de abater aviões, quando equipada com suporte adequado. Especialistas em arma acreditam que a arma poderia ser .50, de maior poder de destruição.

“Tio Patinhas” está foragido da Justiça e hoje é considerado o homem braço forte de Mano G, ambos no Comando Vermelho (CV), segundo informações de setores da inteligência e repressão ao crime organizado. Carnaúba, um dos braços mais fracos da facção criminosa Família do Norte (FDN), hoje está mais ligado ao outro comando.

Soldado morto

No último dia 22 de março, o narcotraficante perdeu mais um soldado na briga do tráfico, o “Paraíba”, Ramon Wilker Araújo Pinheiro, 18, executado com pelo menos 10 tiros, no Mutirão.

Em fotos obtidas pelo Portal Marcos Santos, Clemilson aparece posando ao lado da metralhadora apreendida. A arma foi um dos alvos da Operação Banzeiro, deflagrada pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), por meio da Secretaria Executiva-Adjunta de Inteligência (Seai), Polícia Civil, Polícia Militar e Secretaria Executiva-Adjunta de Operações (Seaop).

13 presos

Treze pessoas foram presas envolvidas no transporte de drogas de Tabatinga (distante 1.108 quilômetros de Manaus) para a capital e outros Estados do Brasil.

Durante a ação policial foram apreendidos dois revólveres calibre 38, uma pistola 380 com numeração raspada, um rifle calibre 44, diversas munições, além da metralhadora ponto 30, um veículo Punto, uma picape S10, uma outra Montana, uma lancha com motor 200HP, outras embarcações, quatro motocicletas e R$ 25 mil em espécie.

Bloqueio de milhões

Dos 13 detidos em diversas zonas da capital, sendo duas delas em presídios, a operação ainda conseguiu o bloqueio de R$ 2,2 milhões em bens e dinheiro depositados em contas.

Nascido em 10 de maio de 1978, “Tio Patinhas” é natural de Novo Airão e responde a três processos no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), um por tráfico, uma por roubo e uma de pena restritiva de liberdade. Clemilson está foragido desde 2015.

Sítio que seria de propriedade de “Tio Patinhas”, onde ele foi preso em 2015

Em 2015

Com 15 bananas de dinamites, 1 fuzil, drogas e uma escopeta calibre 12, “Tio Patinhas” foi preso em maio de 2015, num sítio no ramal do Pau Rosa, KM 21 da BR-174 (Manaus-Boa Vista).

O sítio em que foram encontrados os materiais servia como base para o grupo de criminosos formado por Erivelton da Silva Medeiros, 19, Rodrigo Alves Gaia, 21, Thiago Alves Abrantes, 23, Darlisson de Souza Durães, 26, Denis de Souza Matos, 26, Bruno Nogueira Barbosa, 27 e Clemilson, considerado na época o braço armado do narcotraficante João Pinto Carioca, o João Branco.

Conforme as investigações, o sítio, uma propriedade avaliada em torno de R$ 1 milhão, pertencia a Clemilson, de acordo com equipes da Narcóticos (Denarc) e de Repressão ao Crime Organizado (DRCO).

Os presos no sítio seriam integrantes de um grupo especializado em extermínio, recebendo ordem de João Branco, e sendo responsáveis por uma série de homicídios.

Polícia ainda procura suspeitos de envolvimento na chacina no campo do Compensão, que terminou com seis mortes. Crime tem ligação entre disputa pelo comando do tráfico entre Mano G e Zé Roberto, da FDN. Foto: Arquivo

Em mais um episódio da disputa pelo comando do tráfico de drogas, envolvendo homens ligados aos líderes da facção criminosa Família do Norte (FDN), ocorreu no Carnaval, com a tentativa de invasão da chamada bocada do “Tio Patinhas”.

Fuzil

A polícia registrou tiros, inclusive de fuzil, na bocada do “Tio Patinhas”, no Mutirão, na zona Norte, nas proximidades da Pemaza. Ninguém foi preso ou ficou ferido.

O operador de Mano G, que já foi preso com cinco pistolas, um fuzil e bananas de dinamite, está em liberdade. Mora fora de Manaus e, usando o WhatsApp, dá as ordens para o grupo de Carnaúba. Ele foi citado como um dos envolvidos na chacina da Compensa, ocorrida em dezembro do ano passado.

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