
Melk assumiu o espaço vazio deixado por João Branco e outros líderes da FDN, que estão presos
Uma pistola calibre 380, com cinco munições intactas, outra 9mm contendo 25 munições, três espingardas 12, uma submetralhadora e um revólver 38 com quatro balas. Este o arsenal encontrado em poder de traficantes no Mauazinho, durante a “Operação Mauá”. O chefe do tráfico, que comanda do bairro a distribuição em toda Zona Leste, Melkzedeque Monteiro de Oliveira, 30, o “Melk”, foi preso. Ele é o sucessor de João Branco, da Família do Norte (FDN), que está no presídio de Catanduvas (PR). Os presos, no total, foram sete.
A polícia chegou ao Mauazinho reforçada. Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc), Grupo Força Especial de Resgate e Assalto (Fera), 3ª Seccional Leste e 29º Distrito Integrado de Polícia (DIP) e Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) participaram da operação. O trabalho foi coordenado, após quatro meses de investigação, pela Secretaria-Executiva-Adjunta de Inteligência (Seai).
Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, expedidos dia 1º de julho pelo juiz João Marcelo Nogueira Moyses, da 4ª Vara Especializada em Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes (Vecute).
Os presos, além de “Melk”, foram a companheira dele, Leilane de Souza dos Santos, 29, “Leili”; Wellington Pinto da Silva, 27, “Testa”; Madson Luiz Ferreira Costa, “Arigó”; e Lucas Alexandre de Souza Mendes, 20, “Cabeça”. Eles estavam em pontos distintos do Mauazinho. Também foram presos, em flagrante, Francilon Andrade de Souza, 22, e Wilisses da Silva Costa, 28, que guardavam as armas e munições, e um adolescente de 16 anos, que vendia para o grupo.
Melk, Testa, Wilisses, Francilon e o adolescente tinham R$ 10,5 mil em espécie, além de dois quilos de substância entorpecente com aspecto de cocaína, quatro porções com aparência de oxi e muitas outras porções menores, entre oxi e cocaína.
O chefe de Inteligência da Seai, delegado Mário Paulo Telles, disse que “o bando fazia parte de uma organização criminosa que atua em todo o Estado”. Homicídios ocorridos naquela área podem estar relacionados a eles. Melkzedeque chegou a ocupar o posto de gerente da FDN, mas, segundo o diretor do Denarc, delegado Paulo Mavignier, com a prisão de João Pinto Carioca, o “João Branco”, assumiu o comando. “O grupo pulverizava as ações ilícitas, como homicídios e roubos naquela área. Os infratores trabalhavam de forma organizada. Cada integrante tinha uma função definida”, destacou o diretor do DRCO, delegado Juan Valério.
“Como a geografia do bairro dificulta bastante os trabalhos policiais, nessa operação, especificamente, o Grupo Fera atuou na segurança dos policiais envolvidos, garantindo o trabalho das demais equipes ao longo dos cumprimentos de mandados, em razão de termos investigadores altamente qualificados”, ressaltou Edilei Rodrigues, coordenador do Grupo Fera.
“Melk”, além do tráfico de drogas, foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e Wellington foi autuado em flagrante por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Já Wilisses e Francilon foram autuados por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

Os demais presos na terça-feira (12/07): Ulisses da Silva (esquerda, acima), Wellington Pinto (camisa da Seleção) e Lucas Alexandre. Abaixo, Madson Luiz (esquerda), Leilane de Souza dos Santos, a Leili, companheira de Melk, e Francilon Souza.
Melkzedeque, Wellington, Wilisses, Madson, Lucas e Francilon foram encaminhados à Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no Centro de Manaus. Leilane foi para o Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF), no quilômetro oito da rodovia federal BR-174. O adolescente foi conduzido à Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai).
Muito bom